A hemorragia intracerebral (HeIC) ou
parenquimatosa é causada pela ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento
de sangue para dentro do tecido encefálico (hemorragia intraparenquimatosa),
para o sistema ventricular (hemorragia intraventricular), e/ou espaço
subaracnóideo (hemorragia subaracnóidea). A hemorragia intracerebral responde
por 20% dos casos de AVE.
A hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável, estando
presente em 70-80% dos pacientes com esse tipo de AVE.
Figura 1: AVEh em região talâmica, invadindo o ventrículo lateral à direita. 82 anos, masculino, ECG: 14, ICH: 2/6, Graeb 4/12. |
O exame de neuroimagem é fundamental para o diagnóstico. A Tomografia
Computadorizada (TC) geralmente confirma o diagnóstico e pode sugerir a causa
do sangramento. Estudo angiográfico por ressonância ou TC deve ser realizado na
maioria dos casos.
Não existe um tratamento específico para HeIC. Todos os pacientes devem
ser internados e as medidas são tomadas de acordo com a gravidade de cada caso.
O estado neurológico do paciente deve ser seguido e reavaliado em
intervalos curtos, utilizando-se das escalas: Escala de Coma de Glasgow e NIHSS.
Deve-se utilizar também o ICH score (que estima a mortalidade da HeIC em
30 dias) e a escala de Graeb que analisa presença, quantidade e localização de
sangramento intraventricular.
Deve-se utilizar drogas anti-hipertensivas sempre que a Pressão Arterial
sistólica exceder 140mmHg, podendo-se utilizar medicações orais ou IV.
É fundamental controlar hipertermia e hiperglicemia, devendo-se manter
glicemia < 140mg/dl na fase aguda, com rigor.
O prognóstico da HeIC é sombrio, com elevadas taxas de incapacidade,
sendo as de mortalidade entre 35 e 52% dos pacientes no final do primeiro mês.
Referências:
SANVITO, Wilson Luiz. Breviário de condutas terapêuticas em neurologia. São Paulo:
ATHENEU, 2015.
Hemphill III JC,
Greenberg SM, Anderson C, et al. Guidelines
for the Management of Spontaneous Intracerebral Hemorrhage. A Guideline for
Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke
Association. Stroke
2015;46:000-000
Por: Samuel Trindade Acadêmico de Medicina Membro da LIPANI (III) |