As
doenças que acometem o território vertebrobasilar, responsável pela porção
posterior da vascularização do encéfalo,
costumam apresentar piores evolução e prognóstico quando comparadas àquelas que
acometem o território carotídeo, anterior. Entretanto, por apresentarem menor
frequência de acontecimento (10% das hemorragias parenquimatosas não traumáticas),
há uma menor quantidade de estudos quanto a sua conduta.
Clinicamente, o paciente vítima de
evento hemorrágico atravessa três fases: uma inicial, com sintomas inespecíficos
como cefaleia e tontura e específicos, relacionados à região acometida
(cerebelovestibular); no estágio intermediário, o paciente apresenta-se confuso
e pode apresentar hipertensão intracraniana (HIC); já no estágio tardio, de
compressão do tronco cerebral, há alterações cardiovasculares e evolução para
coma. O tempo decorrido entre os estágios depende do volume da lesão, da
velocidade com que se expande e do grau de compressão do IV ventrículo. Para
diagnóstico por imagem, a tomografia sem contraste é o método de escolha.
Imagem 1: Tomografia |
Quanto ao tratamento, deve-se
monitorar o paciente hemodinamicamente e acompanhar seu nível de consciência, tendo em vista que
estes são parâmetros indicadores de evolução da lesão. Tomografias seriadas
também devem ser realizadas, sendo o intervalo entre elas de julgamento do médico
assistente.
Os casos cirúrgicos são reservados
para hematomas com:
• > 4 cm em seu maior
comprimento (à tomografia);
• Compressão do tronco
cerebral e/ou cisterna quadrigeminal
• Rebaixamento do nível
de consciência
• Hidrocefalia
A técnica mais utilizada para
abordagem de evacuação cirúrgica do hematoma é a craniotomia suboccipital,
podendo ser mediana ou paramediana, preferencialmente com o paciente em decúbito
ventral. O acompanhamento clínico está reservado apenas para pequenos
hematomas, pacientes alertas e tomografia sem sinais de compressão.
O nível de consciência é, entre
todos, o fator mais importante no momento da definição da conduta e no
estabelecimento do prognóstico, a longo prazo. Este, geralmente apresenta
deterioração entre o segundo e o quarto dias pós-icto.
Imagem 2: Hemorragia Cerebelares |
REFERÊNCIA
Por: Breno Guedes Acadêmico do Sétimo Período de Medicina Membro da LIPANI |
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