ENTENDENDO A NEUROPROTEÇÃO
Conceitualmente,
a neuroproteção é um conjunto de medidas que pode resultar no salvamento,
recuperação ou regeneração do sistema nervoso, suas células, estrutura e função¹.
Atuando em diversas vias celulares, as abordagens neuroprotetoras focam em:
reduzir o stress oxidativo, combater a excitotoxicidade e a perda de fatores
tróficos, melhorar a função mitocondrial, atacar a inflamação, inibir a
apoptose celular, entre outras funções celulares².
Os
estudos de terapias neuroprotetoras têm avançado e desenvolvido medidas de intervenção
mais amplas. Historicamente, as abordagens tinham uma atuação neuronocêntrica,
na qual os neurônios eram vistos como foco principal de estratégias
neuroprotetoras. No entanto, com as novas evidências científicas, a literatura mostra
a importância da abrangência terapêutica, incluindo células endoteliais,
astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células precursoras ³.
As
pesquisas envolvendo essas abordagens incluem principalmente, doenças cerebrais
vasculares, doença de Parkinson, doenças neurodegenerativas e lesões
traumáticas agudas. Nos processos isquêmicos, as medidas, não necessariamente
farmacológicas, interferem diretamente nos mecanismos intracelulares com a
finalidade de resgatar a área de penumbra4. No Parkinson, a
literatura sugere que a ação neuroprotetora no início da doença pode prevenir
ou atrasar o aparecimento de sintomas incapacitantes³, mas ainda não há evidências
dos alvos de onde devem atuar esses mecanismos.
Na
prática, as modalidades terapêuticas existentes para a neuroproteção incluem
medidas que vão desde a manutenção da cabeceira elevada, posicionamento da
cabeça, controles de temperatura, pressão intracraniana e perfusão cerebral,
monitoramento de oxigenação, glicemia e hemoglobina, bem como uso de fármacos5,6.
Assim,
explorar o potencial da neuroproteção como uma estratégia de retardar a taxa de
progressão de uma injúria, pode representar medidas fundamentais para a redução
da morbimortalidade característica das lesões neurológicas.
REFERÊNCIAS:
1-VAJDA, Frank J. E.. Neuroprotection and neurodegenerative disease. Journal Of Clinical Neuroscience. Melbourne, p. 4-8. jan. 2002. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11749009>. Acesso em: 20 abr. 2017.
2- TAVARES, Luís Filipe Ferreira. Neuroproteção: Abordagem na Doença de Parkinson. 2015. 55 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina, Universidade da Beira Interior, Neuroproteção: Abordagem na Doença de Parkinson, 2015.
3- LOANE, David J.; STOICA, Bogdan A.; FADEN, Alan I. Neuroprotection for traumatic brain injury. Handbook Of Clinical Neurology. p. 343-366. 2015. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25702227>. Acesso em: 17 abr. 2017
4- FREITAS, Gabriel R. de et al. Neuroproteção no acidente vascular cerebral. Arq Neuropsiquiatr, São Paulo, p.889-891, jun. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/anp/v63n3b/a35v633b.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2017.
5- ANDRADE, Almir Ferreira de et al. Neurotraumatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
6- NUNES, Rogean Rodrigues et al. Anestésicos, Precondicionamento e Proteção Cerebral. Revista Brasileira de Anestesiologia, Fortaleza, v. 1, n. 63, p.119-138, jun. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rba/v63n1/v63n1a11.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2017.
7- STOCCHETTI, Nino et al. Neuroprotection in acute brain injury: an up-to-date review. Critical Care. London, p. 186 abr. 2015. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4404577/>. Acesso em: 18 abr. 2017.
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