COMO SE EXPLICA A DESCEREBRAÇÃO E
A DECORTICAÇÃO?
Dentre as posturas patológicas
causadas por danos cerebrais, temos a decorticação e a descerebração. Essas
respostas motoras em pacientes com baixo nível de consciência são testadas
através da aplicação de estímulos nociceptivos e da observação e registro da
resposta motora apresentada pelo paciente.
Uma transecção completa do tronco
encefálico entre os colículos superiores e inferiores permite que as vias do
tronco funcionem independentemente das aferências de estruturas cerebrais
superiores, esse efeito é chamado de descerebração mesencefálica inferior. Essa
lesão interrompe toda aferência oriunda do córtex e do núcleo rubro, interrompendo
os tractos motores rubro-espinal e cortico-espinal, ambas vias responsáveis
pela flexão de músculos sendo que o tracto rubro-espinal está associado a
flexão da parte proximal dos membros superiores. Os tractos responsáveis pela
extensão dos músculos tais como os tractos vestibulo-espinal e reticulo-espinal
permanecem intactos. A dominância da sinalização das vias sensoriais
ascendentes para os neurônios da via reticulo-espinal excitatória leva a
rigidez de descerebração, a qual é caracterizada pela hiperatividade dos
músculos extensores nos 4 membros, podendo haver opistótono e oclusão da
mandíbula.
Decorticação é a postura
observada em casos de lesões ao nível ou acima do pedúnculo cerebral superior, típico
de lesões diencefálicas ou cortical difusa grave. Quando o paciente mantém-se
deitado, assume uma postura imóvel e muito rígida. Caso seja aplicado algum
estímulo, pode haver uma exacerbação da postura, que é caracterizada pela
adução, flexão do cotovelo, flexão do punho e dos dedos do membro superior, e
hiperextensão, flexão plantar e rotação interna do membro inferior. Nessa
condição, é afetado e interrompido o trato motor córtico-espinal, responsável
pela flexão dos músculos. Já o trato rubro-espinal, responsável pela flexão dos
músculos do membro superior, encontra-se íntegro apesar de ter perdido a conexão
com vias ativadoras do córtex. A hiperexcitabilidade extensora nos membros
inferiores devem-se a mesma alteração que ocorre após hemorragia ou trombose de
cápsula interna.
REFERÊNCIAS:
RAFF
H.; LEVITZKY M. FISIOLOGIA MÉDICA: Uma abordagem Integrada. 1.ed. São Paulo:
AMGH Editora, 2012.
MAYER,
V.N.K. POSTURAS PATOLÓGICAS NAS LESÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. Disponível
em: <http://www.lelaludens.com.br/documentos/POSTURAS/20PATOL/C3/93GICAS/20NAS/20LES/C3/95ES%20DO%20SISTEMA%20NERVOSO%20CENTRAL.pdf>
Acesso em 31 Out. 2017.
Por: Bruno Novais
Acadêmico de Medicina
Membro da Lipani
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