A Cefaleia é a mais importante queixa neurológica em todo mundo. É possível classifica-la em primária ou secundária, sendo esta, causada por alguma doença orgânica do próprio sistema nervoso ou por outra patologia sistêmica. Dessa maneira, uma das mais importantes origens de cefaleias secundárias é a Hemorragia Subaracnóidea (HSA) espontânea, a qual corresponde à terceira causa mais frequente de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).
A principal causa da HSA é a ruptura de aneurisma intracraniano. Este evento é bastante alarmante, uma vez que cerca de 12% dos pacientes morrem antes de receberem qualquer assistência médica, 40% dos pacientes internados morrem após um mês do evento, e mais de 30% dos que sobrevivem permanecem com déficit neurológico. A taxa de mortalidade gira em torno de 25% a 30% para o primeiro episódio de HSA e de 60% no segundo. O risco de ressangramento é maior nas primeiras 24 horas após o evento, permanecendo alto durante todo o primeiro mês.
Quando há ruptura do saco aneurismático, observa-se a instalação clínica da HSA, que é caracterizada, principalmente, pela cefaleia súbita, explosiva e holocraniana. Além disso, o quadro pode vir acompanhado de náuseas, vômitos, rigidez de nuca, alteração da consciência e presença de sinais meningorradiculares.
A literatura traz a informação que entre 9.5 % a 42% dos pacientes que sofreram um evento de HSA, apresentaram uma cefaleia algum tempo antes da cefaleia característica da HSA. Essa é a chamada Cefaleia Sentinela, que se caracteriza por ser de menor intensidade e duração que a cefaleia clássica da HSA, de caráter súbito e não experimentada anteriormente. Pode ser causada por um pequeno sangramento aneurismático ou pela própria distensão causada pelo aneurisma, que, por sua vez, pode provocar sintomatologia específica, a depender da estrutura acometida.
Dessa forma, dada a alta morbimortalidade da HSA, principalmente após um ressangramento, fica clara a grande importância clínica da Cefaleia Sentinela como subsídio de diagnóstico precoce do aneurisma intracerebral, sendo possível a realização de uma melhor conduta terapêutica para esses pacientes.
Figura 1: Tomografia de Crânio com presença de HSA |
Referências
ASANO, Amdore Guescel C. et al. Cefaleia Sentinela: Sinal de alerta da hemorragia subaracnóidea por ruptura de aneurisma intracraniano, maio de 2008. Disponível em: http://www.sbcefaleia.com/associados/index.php?option=com_mtree&task=att_download&link_id=13&cf_id=24. Acesso em: 24 mar. 2014.
Dr. Drauzio. Aneurismas. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/hipertensao/aneurismas/. Acesso em: 24 mar. 2014.
Por: Leomar Maia Acadêmico do sétimo período de medicina Tesoureiro da LIPANI |
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