A fixação rotatória de
C1/C2 foi descrita primeiramente em 1830 por Bell em um caso de ulceração da
faringe. Exatamente cem anos depois, em 1930, Grisel descreveu associação entre
fixação rotatória C1/C2 e histórico de infecção de vias aéreas superiores recente
(Associação chamada SÍNDROME DE GRISEL).
O diagnóstico de Síndrome
de Grisel é feito a partir da faixa etária do paciente (pois acomete na maioria
dos casos crianças) e uma história de clínica compatível (histórico de infecção
de vias aéreas superiores ou afecção inflamatória de cabeça e pescoço)
Os sintomas presentes
dessa síndrome são perda de mobilidade cervical e dor. No exame clínico a cabeça
do paciente estará inclinada para um dos lados associado à rotação contralateral
(atentar para o diagnóstico diferencial de torcicolo).
A Síndrome de Grisel
também pode ser chamada de “torcicolo paradoxal” motivo desse nome é pelo músculo
esternocleidomastoideo se apresentar relaxado no lado em que a cabeça encontra-se
inclinada e tensão no lado oposto.
Sinal mais importante
seria o desvio do processo espinhoso de C2 para o mesmo lado da cabeça (sinal
de Sudek). Para fechar o diagnóstico os exames de imagem devem ser realizados.
A classificação de
Fielding e Hawkins deve ser utilizada para escolha do tratamento. Na maioria
das vezes a Síndrome de Grisel é benigna. Para o tratamento, a depender do
caso, pode-se iniciar com medicamentos, redução de danos cervical e imobilização
da coluna. Em casos de falha no tratamento conservador, recorrências de subluxações
e subluxações irredutíveis, pode ser necessário a intervenção cirúrgica.
Classificação FIELDING e HAWKINS - subluxação Rotatoria atlanto-occipital |
Tipo I Desvio rotatorio Simples SEM anterior Desvio. Ligamento transverso Intacto . Odontoïde E o pivo.
Tipo II Desvio rotatório e anterior entre 3-5 mm. Ligamento transverso rompido e a faceta oposta age como o pivô
Tipo III Desvio rotatório e anterior maior 5mm com subluxação de ambas artic. atlantoaxiais. Lesão do lig transverso e facetas.
Tipo IV Subluxação posterior de ambas artic atlantoaxiais. Raro, descrito em A.R. em adultos.
Tipo V: (Levine e Edwards) luxação franca; extremamente rara.
Referências
Bell C. The
nervous system of the human body, embracing papers to the Royal Society on the
subject of nerves. London:Longman, Rees and Orme; 1830. p. 403.
Grisel P. Enucléation de l’atlas et torcicolis
nasopharyngien. Presse Médicale 1930;38:50-3.
Alécio C. E. S.
Barcelos, Gustavo C. Patriota. Nontraumatic Atlantoaxial Rotatory
Subluxation:
Grisel Syndrome. Case Report and Literature Review. Global
Spine J 2014; 04(03): 179-186.
Livro
do neurocirurgião. Ed. G Samandouras. Oxford University Press, 2010.
Fielding JW, Hawkins RJ (1977) Atlanto-axial rotatory xation. (Fixed rotatory subluxation of the
atlanto-axial joint). J Bone Joint Surg Am; 59:37–44.
Por: Vernior Júnior Acadêmico do quinto período de Medicina Presidente da LIPANI |
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