A epilepsia é um distúrbio neurológico com taxa de
prevalência de 5%. O estado epiléptico é uma forma severa de contínuos ataques
de grande mal da epilepsia em humanos e constitui uma emergência médica
associada a alta taxa de mortalidade. É uma emergência neurológica que
necessita diagnóstico imediato para prevenir lesão neuronal.
Epilepsias poderão ser provocadas por praticamente qualquer
condição que afete o córtex cerebral. Podem estar relacionadas a alterações de
ordem orgânica ou funcional do parênquima cerebral, ser consequência de
anomalias congênitas, infecções, tumores, doenças vasculares, doenças
degenerativas ou lesões traumáticas.
O tipo de terapêutica empregada deverá variar dependendo da
presença ou não de uma etiologia subjacente. Para efetuar a escolha do
tratamento mais apropriado, é útil classificar as crises epilépticas, de acordo
com a etiologia, em sintomáticas agudas, sintomáticas remotas, encefalopatias
progressivas ou idiopáticas, além da convulsão febril, entidade particularmente
frequente em pacientes menores de cinco anos de idade. As crises sintomáticas
agudas são resultantes de um processo agudo que afeta o Sistema nervoso, e a
não identificação imediata da patologia de base pode provocar danos maiores que
a própria crise. Em muitos dos pacientes com crises sintomáticas agudas o risco
de recorrência de crises é baixo corrigindo-se o distúrbio, como por exemplo na
presença de alguns distúrbios metabólicos prontamente identificados. Nesses
casos, a identificação da etiologia pode poupar o paciente de uma terapêutica
anticonvulsivante desnecessária.
Crises sintomáticas remotas decorrem de lesões anteriores do
Sistema Nervoso, correspondendo a sequelas de traumatismo cranioencefálico,
infecções ou eventos hipóxico-isquêmicos. Nesse grupo incluem-se crianças com
diagnóstico prévio de epilepsia. Os pacientes com crises idiopáticas são
aqueles em que não é possível a identificação de uma etiologia plausível, e
aqui se incluem os pacientes com história familiar de epilepsia com provável
herança genética, como a epilepsia rolândica e as epilepsias primariamente
generalizadas.
As sequelas mais comuns do estado epiléptico compreendem as
convulsões recorrentes espontâneas, os déficits neurológicos permanentes e a
disfunção intelectual.
É imprescindível que o estado epiléptico seja identificado e
tratado o mais rapidamente possível, através de protocolos pré-estabelecidos
para que haja redução da morbi-mortalidade dessa entidade.
Referências
GARZON, E. et al. Estado de mal epiléptico. Journal of
Epilepsy and Clinical Neurophysiology, v. 14, n. suppl 2, p. 7-11, 2008.
DE FREITAS, R.M.; VIANA, G.S.B; DE FRANÇA FONTELES, M.M.
Níveis dos neurotransmissores estriatais durante o estado epiléptico. 2003.
CASELLA, E.B; MÂNGIA, C.MF. Abordagem da crise convulsiva
aguda e estado de mal epiléptico em crianças. J Pediatr (Rio J), v. 75, n. Supl
2, p. s197-s206, 1999.
Por: Jeanina Cabral Acadêmica de Medicina Membro da LIPANI |
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