terça-feira, 28 de junho de 2016

Status Epilepticus

A epilepsia é um distúrbio neurológico com taxa de prevalência de 5%. O estado epiléptico é uma forma severa de contínuos ataques de grande mal da epilepsia em humanos e constitui uma emergência médica associada a alta taxa de mortalidade. É uma emergência neurológica que necessita diagnóstico imediato para prevenir lesão neuronal.

Epilepsias poderão ser provocadas por praticamente qualquer condição que afete o córtex cerebral. Podem estar relacionadas a alterações de ordem orgânica ou funcional do parênquima cerebral, ser consequência de anomalias congênitas, infecções, tumores, doenças vasculares, doenças degenerativas ou lesões traumáticas.



O tipo de terapêutica empregada deverá variar dependendo da presença ou não de uma etiologia subjacente. Para efetuar a escolha do tratamento mais apropriado, é útil classificar as crises epilépticas, de acordo com a etiologia, em sintomáticas agudas, sintomáticas remotas, encefalopatias progressivas ou idiopáticas, além da convulsão febril, entidade particularmente frequente em pacientes menores de cinco anos de idade. As crises sintomáticas agudas são resultantes de um processo agudo que afeta o Sistema nervoso, e a não identificação imediata da patologia de base pode provocar danos maiores que a própria crise. Em muitos dos pacientes com crises sintomáticas agudas o risco de recorrência de crises é baixo corrigindo-se o distúrbio, como por exemplo na presença de alguns distúrbios metabólicos prontamente identificados. Nesses casos, a identificação da etiologia pode poupar o paciente de uma terapêutica anticonvulsivante desnecessária.

Crises sintomáticas remotas decorrem de lesões anteriores do Sistema Nervoso, correspondendo a sequelas de traumatismo cranioencefálico, infecções ou eventos hipóxico-isquêmicos. Nesse grupo incluem-se crianças com diagnóstico prévio de epilepsia. Os pacientes com crises idiopáticas são aqueles em que não é possível a identificação de uma etiologia plausível, e aqui se incluem os pacientes com história familiar de epilepsia com provável herança genética, como a epilepsia rolândica e as epilepsias primariamente generalizadas.

As sequelas mais comuns do estado epiléptico compreendem as convulsões recorrentes espontâneas, os déficits neurológicos permanentes e a disfunção intelectual.

É imprescindível que o estado epiléptico seja identificado e tratado o mais rapidamente possível, através de protocolos pré-estabelecidos para que haja redução da morbi-mortalidade dessa entidade.

Referências
GARZON, E. et al. Estado de mal epiléptico. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, v. 14, n. suppl 2, p. 7-11, 2008.
DE FREITAS, R.M.; VIANA, G.S.B; DE FRANÇA FONTELES, M.M. Níveis dos neurotransmissores estriatais durante o estado epiléptico. 2003.

CASELLA, E.B; MÂNGIA, C.MF. Abordagem da crise convulsiva aguda e estado de mal epiléptico em crianças. J Pediatr (Rio J), v. 75, n. Supl 2, p. s197-s206, 1999.

Por: Jeanina Cabral
Acadêmica de Medicina
Membro da LIPANI

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