segunda-feira, 18 de maio de 2015

ESCALA DE TOKUHASHI

A avaliação prognóstica antes do tratamento de metástases vertebrais é de extrema importância na escolha da modalidade terapêutica. A doença metastática vertebral é de difícil tratamento, tendo o prognóstico de vida do paciente como principal fator de decisão na escolha terapêutica. A escala de Tokuhashi é uma, dentre várias escalas que buscam determinar a sobrevida de pacientes portadores de metástases vertebrais. A escala de Tokuhashi é constituída de seis parâmetros que mensuram a gravidade do quadro clínico (como se segue na tabela 1). Cada parâmetro é graduado de 0 a 2 pontos, com exceção do sítio primário do câncer, que varia de 0 a 5 pontos, sendo que o zero significa pior prognóstico. A sobrevida é estimada de acordo com as pontuações obtidas (de 0 a 8 pontos, seis meses de sobrevida; 9-11 pontos, de seis a doze meses; 12-15 pontos, sobrevida superior a doze meses).
Embora a abordagem terapêutica ainda represente um grande desafio, pode ser facilitada por meio da padronização da conduta, com base em escalas como a de Tokuhashi.
A escala de resultados ou desempenho de Karnofsky (um dos parâmetros utilizados na escala de Tokuhashi) classifica os pacientes de acordo com o grau de suas inaptidões ou deficiências funcionais (quadro 1). Pode ser utilizada para comparar diferentes terapias ou como escala prognóstica em pacientes individuais. Quanto menor a classificação na escala, pior a expectativa de recuperação de enfermidades ou às atividades normais.



Quadro 1: Escala de Resultados de Karnofsky.
Apto para atividades normais e trabalho; nenhum cuidado especial é necessário.
100
Normal; nenhuma queixa; nenhuma evidência de doença.
90
Capacitado para atividades normais. Pequenos sinais e sintomas.
80
Atividade normal com esforço. Alguns sinais e sintomas de doença.
Inapto para o trabalho; apto para viver em casa e cuidar de muitas de suas atividades. As quantidades de assistência e suporte necessário são bastante variáveis.
70
Cuidados para si, incapaz para seguir com atividades normais ou trabalho ativo.
60
Requer ajuda ocasional, porém apto a cuidar de muitas de suas atividades pessoais.
50
Requer ajuda considerável e frequente assistência médica ou especializada.
Inapto para cuidar de si mesmo; requer cuidados hospitalares ou equivale especializado; doença pode estar progredindo rapidamente.
40
Incapacitado; requer cuidado especial e assistência.
30
Severamente incapacitado; admissão hospitalar é indicada, mas a morte não é iminente.
20
Muito doente; admissão hospitalar é necessária, necessitando de terapia e cuidados intensivos.
10
Moribundo; processo de fatalidade progredindo rapidamente.
0
Morte.


Tabela 1- Escala de Tokuhashi modificada (2005)
ERK: Escala de Resultados de Karnofsky






































Referências:

1- Tokuhashi, Y., Matsuzaki, H., Toriyama, S., Kawano, H. & Ohsaka, S. Scoring system for the preoperative evaluation of metastatic
spine tumor prognosis. Spine, 1990; 15 (11), 1110–1112.

2- Tokuhashi Y, Matsuzaki H, Oda H, Oshima M, Ryu J. A revised scoring system for preoperative evaluation of metastatic spine tumor prognosis. Spine (Phila PA 1976). 2005; 30(19):2186-91.

3- Mattana J., Freitas R., Mello G., Neto  M., Filho G., Ferreira C., Novaes C. Estudo da aplicabilidade do escore de Tokuhashi modificado nos pacientes tratados cirurgicamente nos pacientes tratados de metástases vertebrais.Rev Bras Ortop. 2011; 46(4):424-30.                            

 
Por: Thiago Sipriano
Acadêmico de Medicina
Membro da LIPANI


Hematoma Subdural Crônico

O hematoma subdural crônico (HSC) é uma das hemorragias intracranianas mais frequentes, e consiste em uma coleção encapsulada e bem delimitada entre dura-máter e aracnoide contendo uma mistura de sangue fluido e coagulado. A fisiopatologia ainda não está bem estabelecida, mas vários estudos enfatizam que o hematoma se forma pelo sangramento repetitivo das membranas externas e não pela diferença de pressão oncótica entre hematoma e sangue. 
Pela definição, o hematoma subdural é crônico quando dura mais de 3 semanas e mostra-se na TC como lesões iso ou pouco hiperdensas em formato de meia lua. Geralmente acomete homens na sexta década e se apresenta como cefáléia, hemiparesia ou confusão mental, podendo ter uma Escala de Coma de Glasgow inferior a 15 em cerca de 35% dos casos.
Figura 1: TC mostrando HSC no hemisfério esquerdo.
O tratamento cirúrgico pode ser feito por uma trepanação uni ou bilateral com drenagem do hematoma, apresentando uma mortalidade de 12,5%, com 81,3% de cura e 6,2% com sequelas (segundo J. Francisco Salomão et al). A idade avançada e doenças sistêmicas estão associados a uma maior mortalidade, entretanto a faixa etária não contra-indica a cirurgia com uma taxa de cura superior a 60% e mortalidade de apenas 23% (Antunes filho et al). Distúrbios de coagulação (com INR > 1,25 e plaquetopenia <150.000/mm³), relacionados ou não ao uso de anti-coagulantes orais, aumetam significantemente a mortalidade, ressaltando a importância do coagulograma pré-operatório.


Referências

YASUDA, Clarissa Lin et al . Hematoma subdural crônico: estudo de 161 pacientes operados e a relação com alterações no coagulograma. Arq. Neuro-Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 61, n. 4, p. 1011-1014, Dec.  2003 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X2003000600023&lng=en&nrm=iso>. access on  11  May  2015. 

SALOMAO, J. Francisco; LEIBINGER, Renê D.; LYNCH, José Carlos. Hematoma subdural crônico tratamento cirúrgico e resultados em 96 pacientes operados. Arq. Neuro-Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 48, n. 1, p. 91-96, mar.  1990 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1990000100013&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  11  maio  2015. 


ANTUNES FILHO, GD; ALLIEZ, JR; EVA, L; REYNIER, Y; ALLIEZ, B. Análise da cirurgia do hematoma subdural crônico em cem pacientes idosos. Arq. bras. neurocir; 25(4): 156-160, dez. 2006. Available from <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-462333> acessos em 11 de maio de 2015. 

Por: José Cássio Falcão
Acadêmico de Medicina
Membro da LIPANI